vivemos no teto.
outrora, uma fantasia de criança, hoje uma realidade concreta.
já não posso mais pensar no mundo de uma outra perspectiva.
não que eu tenha a ousadia de pertencer ao clã daqueles que detém o conhecimento, nem mesmo a pretensão de contrariar (ou afirmar) filósofos e acadêmicos. contudo, não consigo parar de pensar que todos esses signos que nos cercam, inclusive a fonte deles: o cérebro, são responsáveis pela nossa ignorância em relação ao mundo externo.
desde que li o texto da Lúcia Santaella, "O homem e as máquinas" comecei a questionar sobre as várias possibilidades e correlações entre a realidade e o virtual. Platão, na "Alegoria da caverna" exemplifica muito bem meus questionamentos. já que ele escreve sobre essas realidades e as várias possibilidades da verdade. eu, aquele que vos escreve, não concretizo em minha mente, a verdade absoluta, já que cada um de nós está envolto de sua caverna própria (de estimação).
Santaella, em seu texto, divide as máquinas em três categorias: as musculares, as sensórias e as cerebrais. as primeiras relatam de máquinas que têm a capacidade de exacerbar movimetos musculares humanos, dantes não atingidos, como as locomotivas. já as sensórias, resumiriam em máquinas fotográficas, lupas, aparelhos auditivos e tudo que possa trabalhar a favor dos sentidos humanos. logo em seguida, porém não tão distante de nossa realidade, surgiram os computadores, e com eles, as máquinas cerebrais. tendo essa discussão em xeque, as máquinas sensoriais foram as que mais me chamaram a atenção, pois elas são fontes de distribuição de signos no nosso entorno. elas são responsáveis por dissiminar verossimilhanças no nosso mundo. pois, se uma imagem capturada é o mais próximo da realidade, o que é a realidade capturada? se nossos olhos enxergam de cabeça pra baixo e nosso cérebro é o responsável de colocar essa imagem na posição "normal"[???]. por isso digo que ele, o cérebro, é a maior fonte de signos no mundo, pois, ele absorve uma imagem capturada por um órgão puro, o olho, e esta é adaptada para que possamos conviver harmoniosamente no nosso envolcro. criando uma realidade virtual verdadeira e concreta, tornando nossos pés na verticalidade e pra baixo. quando criança, me questionava: "porque a água do mar não escorre?" hoje, depois de ter passado por um árduo processo vulgarmente chamado de ensino médio, posso dizer que há uma força gravitacional que nos atrai pro centro da Terra. Não importando nossa localização nesse geóide inclinado. ah! o cérebro. Mais uma vez agindo[...] acionando minhas mãos para que escrevam tais devaneios!
talvez, da próxima vez que olharmos para baixo, veremos o céu. e mesmo assim, ele continuará acima das nossas cabeças. mundo de cabeça pra baixo[...]
cuidado ao pular, pois poderemos chegar à lua.
[...]